sábado, 10 de setembro de 2011

A Construção do Conhecimento e EAD

As características da sociedade atual, são baseadas na informação e no conhecimento. Tal sociedade  define um novo modelo de empregabilidade, onde o trabalhador  se apresente multicompetente e multiqualificado, pronto  a se adaptar as novas situações bem como a aprender de forma continuada.

Hoje agrega-se valor as pessoas com formação nexialista, ou seja, profissionais que não detém todo o conhecimento mas que  na necessidade deste, pesquisam, aprendem e  transformam em conhecimento  tais fonte de avaliação.

A EAD contribui grandemente na formação destes profissionais, uma vez  que uma das habilidades do aprendiz virtual é a aprendizagem autônoma. As experiências do aluno são aproveitadas como recursos, desenvolvendo diferentes abordagens em seu aprendizado, não estando  ele restrito apenas ao ensino da sala de aula mas ampliando seus horizontes através das tecnologias da informação. Neste processo de ensino e aprendizagem o aprofundamento dos assuntos passam a contribuir para a construção do conhecimento do aluno em EAD.



Sabemos que hoje o conceito de aprendente autônomo ainda é exceção no universo das universidades sejam elas abertas ou  convencionais.

A heutagogia é um processo de aprendizagem que se encaixa dentro da EAD . Sendo esta uma progressão natural da pedagogia (ensino de crianças) e da andragogia (ensino de adultos) a heutagogia  considera a necessidade de rapidez no ensino bem como é definida como o estudo da autoaprendizagem autodeterminada.

Promovendo e incentivando a educação autônoma a heutagogia  promove a reflexão pessoal, a interação com os outros e a valorização das experiências.  O educador neste contexto passa a ter um papel de facilitador na construção do conhecimento e da aprendizagem do aluno mas jamais deve ser  eliminado. Indo além, a aprendizagem autônoma  é centrada no aprendente, deixando este de ser produto  ou objeto do processo de aprendizagem para ser o sujeito ativo, gestor de sua educação.

Uma vez que o foco na autoaprendizagem é o aluno, necessitamos lembrar que cada pessoa é um ser único, onde cada indivíduo tem seu próprio modo de fazer as coisas, bem como cada pessoa tem seu próprio ritmo e estilo para aprender. Desta forma, para  alcançar melhores resultados de aprendizagem ,estas diferenças devem ser respeitadas.



Segundo Renner (1995) a tendência que prevalece em EAD ainda é o processo onde o aluno é considerado matéria-prima do processo de ensino aprendizagem, o professor o trabalhador e a tecnologia a ferramenta. Os modelos fordistas, neofordistas e pós-fordistas se encaixam nesta tendência, mesmo sendo o neofordismo e o pós-fordismo associados à idéia de uma administração descentralizada, democrática e participativa ainda estamos aquém do modelo apropriado para saciar as rápidas mudanças no cenário atual.

Dentro de tal necessidade cabe-nos  pensar na realidade de antever um cenário futuro uma vez que não param de surgir novas tecnologias como computadores portáteis, streaming de áudio e vídeo, podcasting dentre outras ferramentas tecnológicas como Web 2.0 e Redes Sociais, hoje já amplamente difundidas nos ensinos EAD.



Com o rápido avanço das tecnologias da informação houve uma grande evolução das possibilidades destas ferramentas para a educação em nossos dias.

Os  PLEs (Personal Learning Environments) ou a  construção de ambientes pessoais de aprendizagem, permite ao aluno organizar seu ensino escolhendo o conteúdo dos assuntos dentro de sua área de interesse e seu estilo de aprendizagem.

Já os Mundos virtuais 3D estão sendo utilizados como plataformas de educação, como o Second Life.  Estas  agrupam e organizam as informações em função dos interesses destes usuários sem as buscas. Até mesmos os games passam a ser focados como possíveis utilizações em educação, trazendo  uma forma descontraída de aprendizado.

E os dispositivos móveis ? Celulares, PDAs, notebooks, redes sem fios, tablets...

Não podemos esquecer dos recursos educacionais abertos que também trarão um grande impacto na educação superior.

Temos ainda, uma longa caminhada, na mudança de  tais modelo prevalecentes em nossas instituições de ensino para um modelo mais voltado ao conectivismo, frente a grande variedade de recursos tecnológicos existentes.

Cabe portanto aos profissionais e amantes em EAD, bem como as instituições de ensino, reavaliarem seus modelos, buscando aqueles que melhor  se encaixam para propiciar uma compreensão profunda do conhecimento  do aluno, sendo este último capaz de adquirir tais conhecimentos e aplicá-los nas mais diversificadas e novas situações ao longo de sua existência.

Fonte:  BELLAN, Zezina. Heutagogia: aprenda a aprender mais e melhor/ Zezina Bellan. Santa Bárbara     d'Oeste, SP: SOCEP , 2008.
             BELLONI, Maria Luiza. Educação a distância: 5.ed. Campinas,SP: Autores associados, 2008.
             MAIA, Carmem. ABC da EAD/ Carmem Maia e João Mattar. São Paulo: Pearson Prentice Hall,      2007.
            ROSINI, Alessandro Marco. As novas tecnologias da Informação e a educação a distância. São Paulo: Thomson Learning, 2007.

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